sexta-feira, 9 de maio de 2014

DEIXEM







quero ficar neste canto
quieto a murmurar
palavras varridas de silêncio
a ouvir zunindo atordoada a mosca
a ver o voo saltitante e alegre da abelha
a recordar o cheiro da última mão 

quero ficar a sentir o frio das paredes
construídas em ângulo reto
desde o início do tempo

quero ficar neste desencanto
de ser ser a murmurar
sílabas perdidas no silêncio
rodopiantes numa rosca
e pressentir o tempo de ser velha
nas paredes roídas da emoção

quero ficar nas teias das vezes
e fazer delas meu encosto e teto
consciente de mim e do tempo











13 comentários:

  1. Belo mas triste... Muito bonito.

    Beijinhos

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  2. mit einem Spinnfaden Ich gab ihm das dumm, um zu sehen, ob geweckt

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  3. Querer ficar é o que importa. Tudo o resto são caminhos que é necessário percorrer.

    Beijinho.

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  4. Já estou por tudo, GL. Ficar ou não, neste momento já me é 'quase' indiferente. Os caminhos? apenas riscos num mapa...

    Beijinho

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  5. Respostas

    1. Ou será, Mar, que apenas temos disso a ilusão?

      Obrigada pela visita e um beijinho

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  6. No início do tempo, as paredes não eram construídas em ângulo recto. Eram curvas como abraços. Protegiam do frio.

    Não deixo não.

    Abraço grande

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    1. Este início do tempo, Argos, tem a ver com o meu tempo. De facto passei de paredes redondas para as de ângulo reto, mais duras, mais frias. Habituei-me a elas e, como a vassoura esquecida e a desfazer-se num canto de ninguém..., assim estou.

      Obrigada e um abraço grande e redondo.

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  7. Por vezes queremos mesmo ficar em cantos assim.
    Mas que seja sentimentos passageiros.

    Luanda.
    dosamoresmeus.blogspot.com

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    1. Sinceramente, Dos amores, gostaria mais que pudessem ser varridos ou aspirados. :))

      Luanda ou de Luanda? Também para que quero saber? Uma palavra que me abre um sorriso e isso basta!

      Beijinho e obrigada pela visita

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  8. Não nos podes pedir isso, eu não deixo !

    Vá! Toca a varrer toda essa tristeza.

    beijinho


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