terça-feira, 13 de maio de 2014

UNIDADE








olho no fundo dos teus olhos
que há neles a não ser a indecisão
queres ser o que não és
e és o que o ocaso quer que sejas
vejo tristezas subterrâneas
nas rugas engelhadas do teu querer
e avanças          passo leve e átono
e suspendes o pé         num choro tónico 
e queres e não queres
ser o que não podes ser

canção sem cantor
presente sem amanhã
flor sem semente
tu sem mim

olho-te
fico a olhar-te        pela eternidade

um dia seremos um










20 comentários:

  1. Belo poema de amor! E de tristeza.

    TOCA A ANIMAR, (carago)!!!

    Beijinhos

    ResponderEliminar
    Respostas

    1. Com alguma... no fundo, avançamos em tropeços e nunca nos encontramos.

      Beijinho

      Eliminar
  2. Tristemente belo!
    O confronto entre o que se é e o que se quer ser.A busca da unidade é difícil de alcançar.
    Mas quem sabe um dia...
    Gostei muito.
    xx

    ResponderEliminar
    Respostas

    1. E, no entanto Laura, que somos? A unidade fracionada. Apenas isso.

      Beijinho e obrigada

      Eliminar
  3. Olá, Laços!

    Agora li. Triste.
    Depois comento.

    Abraço grande

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Um caminho doloroso, mas que conduz à esperança.

      Beijinho.

      Eliminar

    2. Argos, estes são os meus 'nós'.

      Beijinho



      GL, a esperança foi-se, porque, ao contrário do que se diz, não é a última a morrer.

      Beijinho

      Eliminar
  4. Não sei se é união. Tampouco esperança.

    Abraço grande

    ResponderEliminar
    Respostas

    1. Não é nada, Argos. Apenas a constatação de fragilidade e da ausência. É o nada de coisa nenhuma.

      Um beijinho e um abraço grande. Obrigada!

      Eliminar
  5. Descreves-te de forma única a vida. Tal como ela é não como a queremos.

    Um dia quem sabe...

    beijinho

    ResponderEliminar
    Respostas

    1. Se esperarmos pelo dia que ninguém sabe, Fê, (des)gastamo-nos na indecisão e na não realização.

      Beijinho

      Eliminar
  6. se tem que ser, "que seja agora"...
    antes que a vida passe.

    beijo

    ResponderEliminar
    Respostas

    1. Tens razão, heretico, "antes que a vida passe" temos o agora. Ponha-se de parte o(s) tempo(s) que obscurece(m) o único segundo que temos.

      Beijinho

      Eliminar
  7. O poema é bem lindo mas, parece que a autora anda tristinha!
    Bjs

    ResponderEliminar
    Respostas

    1. Um pedacinho, talvez -inho em demasia, Lila! Amanhã talvez ...

      Obrigada e um beijinho

      Eliminar
  8. Excellent blog you have got here.. It's hard to find good quality writing like yours these days.
    I truly appreciate individuals like you! Take care!!


    my page - gry

    ResponderEliminar
    Respostas

    1. Thank you fou your words. I couldn't get into your page.

      Check back often.

      Eliminar

  9. Não conhecia, Gilson, e obrigada por me tornares mais rica. Vou, de seguida pesquisar mais sobre autor e obra.
    Trazes-me sempre um caminho novo de aprendizagem.

    Beijinho

    ResponderEliminar