Não sei, mas há dias em que acordamos com um enorme peso no peito.
Parece que,
logo pela manhã, as forças do dia se unem para nos amarfanhar. É o despertador que
toca à hora certa sem se importar com os nossos sonos; é o termos de nos
levantar com o frio lá fora; é a vida que nos espera e é, como hoje, este
aperto no peito. Parece que, repentinamente, um nevoeiro imenso e perigoso se
aproxima de nós ou nós nos aproximamos dele...
A sensação é desconfortante, sufoca e nós vamo-nos deixando mergulhar nesse
cinzentismo inexplicável.
Dentro de
nós há ecos que nos ensurdecem e as planícies que tentamos construir transformam-se em abruptas e desafiadoras montanhas. E sentimo-nos pequeninos como ratos,
indefesos como cordeiros no ritual do sacrifício, anestesiados pelo que se
sente.
O que está
mal connosco? O que está mal com os outros?
Há um traço de união entre o estado dos outros e o nosso, só que não sei como entendê-lo, o que fazer para despejar de mim esta inquietude sem nome que me amargura.
Há um traço de união entre o estado dos outros e o nosso, só que não sei como entendê-lo, o que fazer para despejar de mim esta inquietude sem nome que me amargura.
Ai como te compreendo!...
ResponderEliminar«Que dias há que n’alma me tem posto
um não sei quê, que nasce não sei onde,
vem não sei como, e dói não sei porquê.»
Camões, grande Camões...
Beijinho
EliminarCamões era mesmo um inquieto. Tão inquieto, que até desinquieta. :)
Beijinho, Graça
Tomara eu ter uma receita, pela certa já a tinha aplicado cá em casa, e então aí dava-ta de boa vontade...
ResponderEliminarBeijinhos
EliminarPara estas coisas não há receita específica. Ou melhor, há - deixar de sentir...
Beijinho e obrigada pela tua boa vontade. :))
Há dias assim na minha escarpa
ResponderEliminarBj
EliminarE eu pensar que só no meu planalto os havia, Mar! :))
Beijinho
Fiquei um pouco mais tranquilo, não sou diferente.
ResponderEliminarAfinal hà mais
que sentem essa augusta e desconforto.
ResponderEliminarMas somos fortes e vamos vencendo, uma a uma, cada batalhai!
Obrigado pela visita e pelas palavras.
EliminarManuel, somos tantos! Só que nem todos têm estes desabafos. :))
Beijinho
Há dias assim... Mas também os há leves e luminosos. E vão chegar, não tarda. :)
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EliminarÉ uma certeza que me dás, Luísa? Então vou acreditar! Venham eles!
Beijinho
Felizmente, depois vêm dias límpidos que nos desatam os nós e nos deixam a rebentar de alegria!
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Eliminar"a rebentar de alegria"? Quando, quando?
Beijinho, Carlos
O nevoeiro deixa adivinhar o sol que esconde. É só aguardar um pouco e ei-li que volta.
ResponderEliminarBeijinho.
EliminarSe fosse só o nevoeiro... E a chuva e o vento, GL? Que lhe faço?
Beijinho :)
ResponderEliminarObrigada, Evanir. Para si uma semana de paz e alegria.
Beijinho
"Há um traço de união entre o estado dos outros e o nosso..."
ResponderEliminartalvez o outros sejam apenas a imagem que neles projectamos...
beijo
Eliminar... ou que eles projetam em nós. A inquietação, esta, foi bem sentida.
Beijinho
O cinzentismo vai muito para lá da meteorologia, como o texto muito bem dá a entender. Só espero que o marasmo colectivo não se deva à espera por D. Sebastião, e que, mais cedo ou mais tarde, as pessoas têm que começar a agir.
ResponderEliminarCuriosamente, parece que amanhã regressa o sol. :)
Um bom Carnaval!
Beijo :)
EliminarD. Sebastião, AC? Se ele voltasse, penso que o povo sairia à rua, acender-se-iam archotes e a revolução iniciar-se-ia, porque se teria acabado com todos os nevoeiros.
Quanto ao sol de amanhã... a ver vamos. Quarta feira de Cinzas não costuma ser de grandes sóis :)
Beijinho
Olá "Laços",
ResponderEliminarUm sorriso e um abraço costumam fazer verdadeiros "milagres"!
( Não dissipam o nevoeiro mas ele torna-se menos denso e "pegajoso")
Abraço graaaaaaaaaaaaaaande
EliminarSe fazem, Argos! Dissipam as angústias que estavam subjacentes ao texto. :))
O nevoeiro também tem o seu encanto, sobretudo quando se recebe um abraço grande, como o teu.
Beijinho e retribuo com um abraço maior (se possível) :))
há dias assim, é preciso afugentar e voar com os pássaros (na imaginação de um azul)
ResponderEliminar:)
EliminarÉ preciso ter claridade para o fazer. Até os pássaros fogem do nevoeiro :)
Beijinho
Vivemos em constante inquietação, só que ás vezes ela é tão forte que magoa.
ResponderEliminarbeijinho
EliminarNão gosto de me sentir assim, mas não lhe posso fugir. E, como eu, muitas pessoas.
Beijinho, Fê.