Sempre ouvira dizer que chegara, entre laços e rendas, no bico longo de uma cegonha rosada numa noite de verão.
Talvez por isso se extasiava quando os seus olhitos, desmesuradamente observadores, percebiam um pássaro poisado no gradeamento de ferro, que abraçava, desde que lá tinha sido colocado, o pátio, onde um grande tanque deixava que lhe baloiçassem as águas sempre que as criadas lavavam a roupa, esfregando na pedra os lençóis e as toalhas que, de seguida, iam corar, ensaboadas, sobre o chão verde de relva.
Sempre ouvira dizer o que lhe diziam e, por acreditar, quando encontrava um lápis, rombo ou afiado, desenhava um rabisco na primeira parede. Então, a avó gargalhava cúmplice e embebecida, a mãe ralhava baixinho para não assustar o pássaro e este, de asas abertas, desaparecia levado e lavado por um pano.
Uma mancha húmida na parede era o que restava de um pássaro.
Um pássaro que não voara.
Uma mancha húmida na parede era o que restava de um pássaro.
Um pássaro que não voara.
( continua )
Isto não se faz, fiquei tão curioso!
ResponderEliminarAbraço grande
( e também um pouco inquieto)
EliminarIsto vai ser pior que uma telenovela, Argos! Prepara-te e não te 'inquietes' :))
Beijinho
Curioso...quem não riscou uma parede, para manifestar a sua arte pictórica???
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EliminarCurioso... só quem não tinha parede!!
Beijinho
Um pássaro que não voara, mas que em sonhos livre era!
ResponderEliminarUm beijinho e estou presente nesta nova jornada...
EliminarJulgo que, nessa altura, a menina ainda não via nos pássaros essa ideia de liberdade. Talvez gostasse das cores. :)
Obrigada e um beijinho
um dia esse pássaro voa para fora do esboço...
ResponderEliminar:)
EliminarTodos os pássaros fogem... :((
Beijinho, Pi.
Deixou-me curioso...
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EliminarAh, a curiosidade, Carlos!!! Tens de esperar pelo próximo capítulo :)) Espero é não te desiludir...
Beijinho
Um pássaro que não voa não cumpre o seu destino.
ResponderEliminarAguardemos.
Entretanto, ...
Beijinho.
EliminarTodos cumprem o seu destino, GL, voando ou não...
Beijinho :)
Acho que esta estória vai ser surpreendente como são todas as estórias de pássaros :)
ResponderEliminarbeijinho
EliminarDepende dos pássaros. Podem conseguir surpreender-nos ou...
E mais não digo. :)
Beijinho
pássaros de asas cortadas?
ResponderEliminartambém as asas renascem das cinzas...
beijo
EliminarNão sei, não. Mas se tu o dizes, vou acreditar. :)
Beijinho, heretico
Ele não podia ficar preso à parede. Tinha de voar. :)
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EliminarE voavam sob o pano que os limpava. :)
Beijinho
Texto lindíssimo! (como sempre aliás...)
ResponderEliminarOs pássaros voam e as pessoas com alma de pássaro também...
Bons voos, laços e rendas...
EliminarObrigada, Graça. Alma de pássaro... acho que tenho. :))
Voarei, se conseguir. :)
Beijinho
Bom dia,
ResponderEliminarPássaro que não teve o direito à sua liberdade, foi levado e lavado por um pano desaparecia levado e lavado por um pano.
Gostei das palavras com compõem do belo texto.
Abraço
ag
EliminarObrigada, António. Os pássaros, como as pessoas, surpreendem-nos... ainda. :)
Beijinho
OLá, linda!
ResponderEliminarO texto é tão bonito como a menina que o acompanha.
Abraço de matar saudades, rrss
EliminarComputador arranjado e a trabalhar bem pelo que parece, São.
O texto é uma 'estorieta' de trazer por casa. :))
Beijinho e obrigada.
O que faço com tempo, enquanto não chega a próxima parte?
ResponderEliminarBeijinho
EliminarTalvez tentares fazer uma malhita, que os laços e as rendas já são minhas... e os nós não os dou a ninguém, que só atrapalham. :))
Beijinho, Maria do Sol
Acreditar é divino.
ResponderEliminarBeijos
EliminarTalvez a última coisa a que nos poderemos agarrar...
Beijinho, Pérola
Eu não gosto de pássaros presos...que bom que ele voava!
ResponderEliminarBjs
EliminarVoava sempre aprisionado no pano molhado que o apagava, Lila...
Beijinho