À medida que crescia, as paredes habituaram-se por causa dos ralhos, quase sussurrados, da mãe a não serem incomodadas por bandos de aves silenciosas e de asas abertas.
Começou, depois, a pressentir o traço mais certo e os pássaros mais pássaros.
Por essa altura, desenhava-os já em cadernos ou nas margens das páginas dos livros. Deixava-os ficar ali, ora poisados ora voando, no desejo imenso de poderem ser sonhados.
Quando se tornou adulta, tempos houve em que se esqueceu dos pássaros. Longínquos e adormecidos, tinha-se distanciado deles.
Uma tarde, quase ao anoitecer e pouco tempo depois de ter visto um ninho cair e se desfazer no chão, eles voltaram a esvoaçar em seu redor. Primeiro na cabeça, depois numa inquietação nos dedos e, por último, num compartimento tranquilo do coração.
Começou, depois, a pressentir o traço mais certo e os pássaros mais pássaros.
Por essa altura, desenhava-os já em cadernos ou nas margens das páginas dos livros. Deixava-os ficar ali, ora poisados ora voando, no desejo imenso de poderem ser sonhados.
Quando se tornou adulta, tempos houve em que se esqueceu dos pássaros. Longínquos e adormecidos, tinha-se distanciado deles.
Uma tarde, quase ao anoitecer e pouco tempo depois de ter visto um ninho cair e se desfazer no chão, eles voltaram a esvoaçar em seu redor. Primeiro na cabeça, depois numa inquietação nos dedos e, por último, num compartimento tranquilo do coração.
Os pincéis desataram todos os nós que tinham aprisionado os pássaros e, um pouco envergonhados e hesitantes, moveram-se numa vertigem de tons esbatidos e definidos, de sombras e delicadas claridades, demasiadamente leves e luminosas, nas penas das asas.
Voltara a ser menina, voltara a encontrar os seus pássaros e a sonhar.
( continua )
Que bom ter encontrado os seus pássaros novamente....espero que os não deixe fugir, mas sim esvoaçar com eles!
ResponderEliminarLinda, bom serão, rrss
EliminarParece ter sido um momento feliz, São. A ver vamos! :)
Beijinho e bom dia da mulher.
Os pássaros nasceram para serem livres...
ResponderEliminarObrigada pela poesia que me fizeste sentir por dentro.
Beijos
EliminarNem todos os pássaros, Maria do Sol. E aqueles que estão aprisionados ou aqueles que a quem cortaram as asas?
Não tens que agradecer. Escrevo o que sinto. Se o sentes também, fico com um sentimento bom...
Beijinho
pássaros a arder na alma - importa dar-lhes vida.
ResponderEliminarmuito bem.
beijo
EliminarPássaros em labaredas na alma são os que dificilmente se conseguem acalmar...
Obrigada, heretico
Beijinho
Uma experiência menos boa libertou os pássaros...
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Eliminar... que continuam a a ser como eram - voadores, eternos irrequietos.
Um abraço grande, Argos, e um beijinho.
eu sabia que os pássaros iriam nos surpreender e os desenhos também, que mais se seguirá ?
ResponderEliminarbeijinho
EliminarOs pássaros continuarão, ela continuará enquanto existirem, Fê.
Beijinho
Continuo expectante à espera do epílogo
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EliminarNão vais esperar muito, Carlos, que estas estórias são quase sempre breves.
Beijinho :)
belos pássaros!
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EliminarTens razão... mas só alguns. :)
Beijinho
os pássaros e a sua liberdade ...na poesia e nas imagens...
ResponderEliminar:)
EliminarOs que têm poesia, Pi ... ou deixam poesia...
Beijinho
Bem me parecia que os pássaros voltariam trazendo sonhos
ResponderEliminarBjs
EliminarPor muito tempo? Por pouco tempo? Se calhar, por tempo nenhum. :(
Beijinho
Não prendam os pássaros
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EliminarÀs vezes não está nas nossas mãos.
Obrigada pela visita, Puma.
Beijinho
Boa tarde,
ResponderEliminarSua bela poesia dá-nos asas para a liberdade igual aos pássaros.
Abraço
ag
EliminarAntónio como gostava de ser poesia e poder voar!
Beijinho
Os nós começam a desatar-se e a libertar os pássaros. Estamos no caminho certo!
ResponderEliminarBeijinho .
EliminarO narrador não é senhor da ação, GL. :)
Talvez um dia.
Beijinho